segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Introdução

Identificação do grupo: Meiryanne da Silva Oliveira, Patrícia Yamamoto, Samara C. Carrijo, Verõnica Damas Reis
Universidade Salgado de Oliveira
Orientadores: Angélica de Amorin, Cacilda Vitória, Eliecília Martins, Luciene Moreira, Marajá João Alves de Mendonça Filho, Meire Santos, Yane Ondina.

Este trabalho interdisciplinar tem como objetivo aprofundar os nossos conhecimentos na década de 10, visando a construção de uma bolsa que reflita as características estudadas.
Por meio do blog podemos expor todas as etapas do nosso trabalho, como o estudo do século XX aprofundando na década de 10, a análise de imagens, o estudo cromático da décaca e, por fim, a criação da bolsa. O nosso foco central na crição da bolsa foi Paul Poiret, que trouxe para a década de 10 a silhueta império e influências do orientalismo, como as pérolas, flores e tecidos leves e com brilho.

História da Arte

Principais fatos mundiais que influenciaram nas artes e na moda da década de 10:


A década de 10 foi marcada pela Primeira Guerra Mundial, o naufrágio do navio Titanic (em 1912), o início da Revolução Russa e também por movimentos literários, como Cubismo, Expressionismo, Dadaísmo e Futurismo. Artistas como Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Anita Malfati discutiam o Modernismo. O escultor Becheret cruzava o oceano em direção à Paris e trazia idéias Cubistas que logo tornaram-se novidades para a decoração de casas e roupas mais blasés, mas tudo de acordo com o espaço da época. As modas e as guerras não dão bom casamento. Mesmo que estas últimas influam indiretamente na aparência daqueles que conseguem escapar com vida. Qualquer conflito preside uma mudança de costumes.
Quanto às pesquisas empreendidas pelos militares, elas permitiram que o avanço tecnológico apressase a propagação das idéias da guerra. Ninguém, no início do conflito, tinha dúvidas sobre as mudanças que a guerra ocasionaria. As pesadas perdas vão estimular as mulheres a tomar na sociedade, lugares antes reservados aos homens, tendo inclusive que trabalharem em linhas de montagem. Para isso, elas exigem roupas que se adaptem a essas atividades. Da blusa das enfermeiras às calças das que estão empregadas na fábrica, surge uma nova concepção para o trajar. Quanto aos lutos, devido aos feridos na guerra, induzem cores sóbrias e uma monocromia que as mulheres não estavam acostumadas. Apesar da guerra, a década foi marcada por um estilo extravagante. Os figurinistas dos teatros faziam parte do mundo da moda. O russo Esté trouxe o Art Déco para as roupas, com estampas geométricas e inspiração oriental. A grande conquista feminina com relação à moda foi o comprimento das saias, que subiu. Subiu naturalmente até as canelas. Isso aconteceu por volta de 1915. Os sapatos altos e fechados ficaram descobertos, e podia-se ver as meias de algodão pretas, marrons ou cinzas.
Entre 1915 e 1916, usavam-se casacos amarrados na cintura que cobriam parte das saias, aumentando os quadris. As mudanças, que de uma certa forma tornaram-se mais aceitáveis as simplificações propostas por Paul Poiret, deram-se com naturalidade, apesar de ter rompido com os padrões passados. Os chapéus também simplificaram-se e a imprensa voltada para a moda começou a apresentar receitas de peças de tricô, como pulôveres, echarpes, espécies de capuzes e meias feitos à mão. Os trabalhos se multiplicaram. Até então não se conhecia a moda da malha. Ainda nessa época Gabrielle Chanel (Coco Chanel), que criava chapéus exóticos, introduziu na moda o jérsei, tecido macio, elástico e de malha. É interessante registrar que em 1918, houve uma tentativa na Inglaterra, de criar um vestico universal que seria uma roupa prática com fivelas de metal no lugar dos colchetes e que serviria como um vestido para sair, vestido de casa, vestido de descanso, vestido para o chá, vestido de jantar, vestido de baile e camisola. Evidentemente isso não obteve sucesso. Com a nova e dura realidade da guerra, a vida social ficou limitada, os espetáculos praticamente desapareceram e as mulheres viram-se à frente necessidade de usar toaletes menos elaboradas e ornadas. Algumas atividades, de tão regulares, obrigaram-nas a usar verdadeiros uniformes, e muitas dela passaram a usar calças compridas. Mas essa moda não atingiu a classe média e a calça comprida se popularizará definitivamente nos anos 30. Já a roupa masculina não teve muitas mudanças, pois os homens saíram de licença, escapando dos horrores das frentes de batalhas.
No ramo da moda, meio século antes de as feministas dos anos 60 queimarem seus sutiãs, o francês Paul Poiret (1879-1944) já havia liberado a mulher dessa peça e, melhor ainda, do espartilho. Poiret se tornou famoso por liberar as mulheres dos incômodos espartilhos, propondo uma silhueta mais solta, baseada nas formas da art-deco. Uma nova silhueta com vestidos soltos e chemisiers, tecido sem costura, cores pálidas do século 19 deu lugar a uma colorida Sherazade ocidental. Criador do look boêmio-chique, no auge de sua carreira, antes da 1ª Guerra Mundial, Poiret era o rei da moda. Há dois anos, em Paris, um leilão de criações dele arrecadou 1,8 milhão, mais que o dobro da estimativa dada para elas. O Metropolitan Museum de Nova York adquiriu dezenas daquelas peças e as apresenta agora como o centro da exposição especial Poiret: King of Fashion.
Com sua visão, Poiret foi o primeiro fashion designer moderno. Nos vestidos, casacos e acessórios lançados por ele há quase cem anos estão as origens de muitas coleções da alta-costura de hoje. ‘Enquanto Chanel leva o crédito por criar o padrão de moda moderno, é o processo de design de Poiret, usando o drapejado, a verdadeira fonte das formas modernas’, diz Harold Koda, curador-chefe do Costume Institute, o departamento de Moda do Metropolitan. Com muita sensibilidade também para o marketing, Poiret foi o primeiro costureiro a pôr sua marca em perfumes, cosméticos e objetos de decoração, estratégia que hoje é o pilar financeiro de grandes estilistas.
Poiret começou a desenhar vestidos enquanto trabalhava numa fábrica de guarda-chuvas, em meados da década de 1890. Em 1898, foi contratado como aprendiz do costureiro Jacques Doucet, de quem absorveu muitas estratégias que usou mais tarde. Ter suas criações usadas por atrizes famosas como Sarah Bernhardt foi uma delas. Em 1901, ele deixou o ateliê de Doucet e foi trabalhar com Charles Frederick Worth, o estilista que dominou a moda francesa no fim do século 19. Poiret abriu o próprio ateliê em 1903.
Ele admitia que não sabia costurar e por isso não tinha como controlar toda a sua criação. ‘No entanto, foi justamente a falta de treinamento em alfaiataria e confecção de vestidos que facilitou o avanço de suas técnicas’. Na exposição, o exemplar mais antigo do conceito criado por ele com base em linhas geométricas e construção plana é Révérend, um mantô de 1905. De lã vermelha, damasco de seda marfim e bordado com fios de seda, ele foi inspirado na forma do quimono e feito a partir de um grande retângulo.
Apaixonado por pintura, ele foi o primeiro a usar a arte moderna para representar suas criações. Com Paul Iribe, que criou a rosa usada nas suas etiquetas, em 1908 ele fez o álbum ‘Les Robes de Paul Poiret’ e, em 1991, produziu ‘Les Choses de Paul Poiret’ com Georges Lepape. Raul Dufy, que ele lançou como desenhista de tecidos, criou estampas gráficas perfeitas para os desenhos abstratos de Poiret, como as flores gigantescas do casaco longo La Perse, de 1911.
‘O trabalho de Poiret foi abastecido pelos discursos dominantes na sua época, como o classicismo, o orientalismo, o simbolismo e o primitivismo. Com inspiração na art nouveau, na indumentária oriental e nos figurinos exóticos do Ballets Russes de Sergei Diaghilev, ele introduziu na alta-costura as cores vivas dos fauvistas, desenhou capas, saias e turbantes que lhe valeram ser chamado ‘pasha de Paris’. ‘A característica mais fundamental do seu orientalismo, porém, está na construção das suas peças.
O sucesso de Poiret está muito ligado à sua mulher, Denise, uma moça do interior com quem ele se casou em 1905. Ela foi sua musa, diretora de criação de sua Maison e, principalmente, a melhor modelo para divulgar suas roupas. Numa entrevista à revista Vogue, em 1913, Poiret afirmou: ‘Minha mulher é a inspiração para todas as minhas criações, ela é a expressão de todos os meus ideais. ’
A figura delgada de Denise foi a base para Poiret reduzir o desenho da roupa feminina, começando por eliminar o espartilho em 1906, quando nasceu sua primeira filha, Rosine. Para o batizado da menina, Denise usou um Lola Montez, vestido que simbolizava a liberdade do corpo da mulher tanto no nome (o de uma atriz e dançarina) como na ausência daquela roupa de baixo usada desde a Idade Média. Talvez também como resposta a outra gravidez de Denise, em 1910 ele lançou um vestido solto e em forma de T, o chemise. Na primeira viagem do casal a Nova York, em 1913, Denise foi fotografada no Hotel Plaza repousando sobre almofadas e usando um daqueles modelos.
Denise também tinha um jeito de estilista. Revistas de moda indicam que ela foi a primeira a usar sapatos de seda sem laço ou fivela: tinha uma coleção de meias coloridas para combinar com suas saias e botas enrugadas, no estilo marroquino, lançadas pelo marido. Era para ela que Poiret desenhava as fantasias mais elaboradas usadas nos famosos bailes que promovia.
Em 1910, o Ballets Russes apresentou em Paris Sherazade, coreografia baseada nas histórias persas As Mil e Uma Noites; no ano seguinte, Poiret fez o seu A Milésima e Segunda Noite, no qual os convidados que não viessem a caráter ou iam embora ou usavam roupas cedidas pelo dono da festa, entre as quais as calças Harem da sua coleção de primavera. Como a favorita do sultão, Denise usou uma delas por baixo de uma túnica aramada que, por sua vez, entrou na coleção de 1913.
Os bailes de Poiret foram tema de um par de sapatos criados para Denise, em 1924, por André Perugia. No leilão, o par tinha preço estimado em três mil; foi arrematado pelo Metropolitan por 14 mil, um recorde mundial para sapatos, para fazer parte da exposição Poiret: King of Fashion em que o Metropolitan o homenageia. As fantasias e a maioria das roupas vistas em Poiret: King of Fashion eram de Denise, que as guardou desde o divórcio do casal, em 1928, e foram encontradas em três baús no sótão da casa de uma de suas netas.
Poiret perdeu sua posição de rei quando a alfaiataria perfeita e as cores sóbrias de Coco Chanel entraram em cena nos anos 1920. É um dos famosos vestidos pretos criados por ela que fecha a exposição. Conta-se que, ao encontrar a estilista na rua toda vestida de preto, Poiret quis fazer piada e lhe perguntou: ‘Por quem a senhora está de luto, madame?’ Ao que a ferina Chanel teria respondido: ‘Pelo senhor, monsieur. ’

domingo, 8 de novembro de 2009

Imagens da década de 10

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Análise de Imagem, Professora Eliecília.


“La Caresse à la Rose”, 1912 de Gazzete du Bom Ton.

O exemplo de vestido de noite da obra apresenta cintura alta, na linha ‘império’. O visual é tubular com saia drapejada e delicadamente franzida em linhas fluidas, com tecidos leves que transpareciam a elegância. Apresenta linhas orgânicas, remetendo ao romantismo e volume reduzido devido à escassez de materiais decorrentes da Guerra. A sutileza é observada na leveza dos tecidos e dos detalhes, estabelecendo uma distinção tênue, afinada, delicada e de grande refinamento visual. A impressão de movimento orgânico caracteriza o fator de sutileza presente. O drapejado obtido pela utilização de tecidos leves e da transparência compõe a técnica da sobreposição.
O brilho no corpo do vestido é uma referencia da influencia oriental sobre o ocidente, que começa a se acentuar nesta década.


"Chez Poiret", para a revista Les Modes (1912) por George Barbier.

Conjuntos de noite inspirados nas formas exóticas e com cores brilhantes dos trajes orientais. As manequins usam turbantes com penachos e acessórios de pérolas. A direita um audacioso padrão abstrato seguindo a linha da saia entrevada, que deixa livre o quadril e prende os pés.
A riqueza de detalhes, recortes e acessórios diminuíam a pregnância dos looks.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Bolsas

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As bolsas, dentro da conceituação mais ampla, constituem uma unidade como um todo – unidade principal. Por outro lado, cada bolsa também pode ser considerada como uma unidade ou subunidade, dentro do todo – unidades secundárias.
Elas tendem espontaneamente para uma estrutura mais simples, mais equilibrada, homogênea e mais regular. Apresentam um máximo de harmonia, unificação, clareza formal e um mínimo de complicação visual na organização de suas partes ou unidades compositivas, o que resulta em uma alta pregnância. A seqüência de pontos definidos sugere linhas orgânicas.
Todas as bolsas possuem harmonia por ordem, devido à concordância e uniformidade dos elementos e equilíbrio de peso e direção. O contraste se manifesta em tons e semi tons. Possuem clareza, já que são harmoniosas e equilibradas, apresentando facilidade de leitura. Caracterizam-se pela simplicidade, devido ao baixo numero de informações e unidades visuais.
As bolsas, em relação à proporção, apresentam certo exagero. Os elementos (as pérolas e as silhuetas) são organizados de modo contínuo e lógico.

domingo, 1 de novembro de 2009

Conclusão

O trabalho acrescentou muito conhecimento para todos os integrantes do grupo. Compreendemos o novo estilo que Paul Poiret criou, a silhueta império, que veio para libertar as mulheres do espartilho usado anteriormente, e pudemos perceber também como uma guerra pode afetar bastante a maneira de se vestir das pessoas, refletindo o sentimento de luto nas suas vestimentas.
Pudemos exercer nossa criatividade nas bolsas, onde cada integrante colocou em prática seus conhecimentos teóricos para a criação individual da bolsa.
A unidade das bolsas se deu nos novos conceitos de Paul Poiret, desde a silhueta império até as influências do orientalismo.
 

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